6ª Maratona do Porto - Pedro Silva

A 1ª MARATONA DE PEDRO SILVA  

Não poderia deixar de dar o meu contributo e partilhar as minhas emoções passadas , na minha 1ª Maratona . 

Tudo começou , com um email há cerca de um ano para o Telmo Veloso.

Nunca imaginei ao fim de 1 ano conseguir fazer uma Maratona ,tempo modesto ( 3:54:00), mas acima de tudo um objectivo vencido .

Sábado dia 7 de Novembro . 

Já no treino matinal , que deveria ser de descontracção, senti que algo em mim se passava de anormal , depois de tanto treino , de tanto km palmilhado sozinho ou na companhia dos elementos do nosso clube, senti a ansiedade . Será que consigo? Como será? Já li isto ...! O meu amigo disse-me isto...! As sapatilhas quais devo levar, todas têm km feitos, mas quais ?  

Nessa mesma noite , tinha sonhado com a Maratona , ou melhor pesadelo. Nesse sonho , durante a Maratona, não conseguia comer, beber e na ponte D.Luís , desisti !!!

Quando acordei ,disse não estou nada bem !!. Passou !!! Fui até á Expo Maratona , onde estive com elementos dos Porto Runners, o Sr.Veloso, o Jorge, o Luis, a Isabel, o Vitor, entre outros e senti o fervilhar da Maratona do Porto. Acalmei, só queria que a partida fosse rapidamente dada . 

Domingo dia 8 de Novembro.

Aí estava o dia , a minha esposa ia fazer a estreia nos 14 e eu na Maratona. No autocarro encontrei o Mesquita, sempre em forma e com a sua boa disposição. 

No Palácio ali estava a linha de partida, só queria ouvir o tiro.

Depois das fotos em grupo e das saudações, senti que agora estava entregue a mim. Foi dada a partida, o grupo com quem fiz grande parte dos meus treinos ao fim de semana, estava todo junto conforme tínhamos combinado na partida. 

Tudo estava a correr bem, mas o nervosismo não passava. Ao passar no Parque da Cidade, fui incapaz de olhar á direita para a Meta. 

No Edifício Transparente, comecei a ficar mais solto, com uma passada não tão pesada.

As placas dos km iam passando um grande grupo ia junto dos Porto Runners.  Durante o caminho o incentivo, por parte dos familiares dos atletas foi muito e importantíssimo, pois cada carinho era sentido como se dum estádio de futebol a vibrar se tratasse. 

Afurada, km 21, meia -maratona, faltava metade. O grupo continuava animado, até que eu cerca do km 23, comecei a bloquear psicologicamente," ...vou muito rápido, tenho de abrandar" , "...tenho de terminar a Maratona, o meu filho e esposa estão na meta..." , " ...não posso ir tão rápido." , enfim , comecei a largar do grupo.

Fiz cerca de 2 km na cauda do mesmo, com o incansável apoio do Jorge e do Adérito, com quem tinha feito treinos longos. "Pedro , não largues !!!" , dizia o Jorge . Mas fiquei, só. Fisicamente bem, com força. Mas comecei um sofrimento psicológico, que depois me fez penar até ao Fluvial. Fluvial, ali estava a nossa claque a vibrar, como se fossemos os primeiros.

Até que subitamente ouvi, não sei donde: "Força Pai !!!", era o Francisco e a Tucha abrigados da chuva a vibrar e a apoiar, naquele momento difícil. Estavam cirurgicamente colocados na corrida. Aí passou muita coisa pela cabeça, mas acima de tudo o reconhecimento por parte deles, da minha ausência para treinar, para sair, para ir ver o treino de futebol, enfim. Mas fiquei quase novo. 

Ourigo, numa fase em que vinha com cãimbras, ali estava  o sr.Veloso de bicicleta, que foi fantástico, apoiou-me de uma forma tão envolvente, que com o sofrimento as placas iam passando, até que quando cheguei ao km 42, aí disse-me " Já está !!". Cortei a meta, não olhei para o tempo, não parei o meu relógio. Simplesmente, parei e chorei . 

Já estava, mais um objectivo da minha vida concretizado ! 

Agora várias pessoas, foram importantíssimas para este meu desempenho , a Tucha e o Francisco, o meu Pai que sempre me apoiou, a minha família, Telmo, a Susana, o Fernando, o Jorge Gonçalves, o Adérito , o sr. Veloso, o Melo, o Vitor, o Carlos, enfim todos os Porto Runners.

Obrigado por fazer parte, deste grupo. 

Esta Maratona dedico-a ao Francisco e á Tucha. 

Foram algumas sensações que tive, e tento transmitir, com a forma emotiva como as senti. 

QUANDO É A PRÓXIMA ?